quarta-feira, 31 de março de 2010

Rebeldes & Imortais: Casa de Aberrações I

A casa do nº77 do Largo dos Beijos, parecia uma casa aparentemente normal, no meio de tantas outras na cidade em que estava. Mas algo a distingui-a, tornava única. E não, não era pelo facto de ser a única casa daquela cidade construída em pleno século XVI, pelos ruídos estranhos que se ouviam de noite e que faziam as pessoas que viviam em redor desta casa achá-la assombrada, ou pelo pelos seus estranhos visitantes.
O que a tornava tão especial eram os 5 jovens que lá viviam. Eram quatro raparigas e um rapaz. E o que os unia a todos eram 5 segredos. Cada um dele tinha um segredo que os unia.
O rapaz chamava-se Aaron. Era alto, o seu cabelo era loiro e possuía olhos azuis. Era muito calmo. Vivia na casa juntamente com a sua irmã, Coraline. Esta também possuia cabelos lorios, mas os seus olhos eram verdes . Contrariamente ao irmão, era um pouco histérica de vez em quando.
Aaron namorava com uma das raparigas da casa. A sua namorada era Luísa. Tinha cabelos e olhos castanhos e um temperamento um tanto explosivo. Outra das raparigas que vivia na casa era Melinda. Melinda possuía cabelos castanhos, e olhos verdes verdes. Quase nunca saia de casa e quando o fazia era de noite, usando sempre um vestido lilás antigo. Por último, Ângela. Possuia cabelos catanhos olhos verdes claros. Era inteligente e imensamente bondosa.
Cada um dos 5 elementos da casa estavam unidos por algo poderoso. E não, não era amizade, embora todos fossem bastante amigos. Era um segrego que cada um dos elementos possuia. Aaron não era um rapaz normal, pois era um lobisomem. A sua irmã Coraline e a sua namorada Luísa não eram raparigas iguais ás outras que estavam na universidade, pois na realidade Coraline era uma bruxa e Luísa uma vampira. Melinda não era uma rapariga solitária que só saía de noita, mas na verdade um fantasma de uma aia da rainha Ana Bolena de Inglaterra. E Ângela não era nada mais que a mais bondosa Neflim que já existiu.
Todos sabiam os segredos uns dos outros e assim viviam em paz, pois na casa nº 77 do Largo dos Beijos, não ser humano, ou não totalmente humano, não era nada de mal. Todos eram aceites. Aquela casa, era uma casa de aberrações. E ainda assim, era o paraíso para quem lá vivia.

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***

Na sua cama, uma das ocupantes do nº77 do Largo dos Beijos dormia agitada-mente. A sua mente estava novamente povoada por um pesadelo que tinha desde criança. Uma mulher que fugia a cavalo, com um bebé e que era atacada. Sempre que a mulher era engolida pela terra em direcção ao Inferno, Ângela acordava. Quando abriu os olhos, a primeira coisa que reparou foi no tecto branco do seu quarto, que estava a começar a perder a cor. O seu cabelo estava empapado em suor, tal como as suas costas. Por isso, Ângela levantou-se e tomou um longo banho no chuveiro.
A água que lhe caía sobre o corpo sabia-lhe tão bem. Era refrescante, para o calor que fazia dentro de casa.
Do nada, um punho acertou a casa de banho, sobressaltando Ângela.
- Ângela, sai já daí imediatamente! Há mais gente que precisa de usar essa casa de banho!
- Têm calma Coraline. Já estou a sair.
Ângela saiu do duche e enrolou-se numa toalha branca.
Abriu a porta e deu com um Coraline bastante mal humorada.
- Até que enfim, estava a ver que te tinhas afogado!
Coraline entrou de rompante na casa de banho, começando a despir-se e Ângela saiu fechando a porta.
Foi para o seu quarto e viu Melinda sentada no chão junto a uma cadeira.
- O que se passa com a Coraline, Mel?
Melinda encolheu os ombros e depois falou com o sorriso a aparecer nos lábios.
- Deve estar naquela altura do mês.
Celine desenrolou a toalha e ia começar a vestir-se, quando Melinda falou:
- Desculpa, eu vou te dar privacidade, devia ter vindo numa hora mais conveniente...
- Calma Mel, não precisas de ... - Todavia Ângela não concluiu o que ia dizer, pois Melinda já tinha atravessado a porta.
Apesar de já viver há dois anos naquela casa, Ângela ainda tinha dificuldade em acreditar que Melinda pudesse ainda ter a mentalidade que lhe instituíram quando era viva. Mesmo para um fantasma, Melinda era tímida de mais.
Acabou de se vestir e depois desceu para a cozinha. A pequena mesa da cozinha estava cheia de livros de bruxaria e no fogão, um caldeirão borbulhava. No ar estava impregnado de cheiros nauseabundos, que provinham da poção que fervi no caldeirão.
- Coraline! Vêm já aqui arrumar a tua tralha! - Gritou Ângela em direcção à porta aberta da cozinha.
Mas, em vez de aparecer a Coraline, apareceu a Luísa.
- Relaxa, A. Devias ser menos nervosa.
Luísa abriu a porta do frigorífico e tirou uma garrafa de plástico, com um rótulo onde se lia a palavra "sangue". Tirou a rolha e bebeu um pouco, para em seguida deitar tudo para fora.
- Que porcaria é esta?
Ângela foi para a beira da Luísa e cheirou o conteúdo do copo, depois bebeu um pouco.
- Batido de morango.
- Quem raio é que trocou o meu sangue por batido de morango?!?!?!?!?!
- Quem achas que foi? - Inquiriu-a Ângela.
Naquela casa só havia uma única pessoa que bebia batido de morango.
- Coraline!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Que é? Ai, caramba, não há sossego nesta casa!
- O que que fizeste ao sangue que estava nesta garrafa, Coraline?
- Deitei-o fora. Precisava de arranjar lugar para por batido e além do mais, a verdade é que, e não queria ser eu a dizer-te, mas estás cada vez mais gorda.
Com um leve acenar na mão esquerda de Coraline, os livros saíram pela porta em direcção à estante da biblioteca e o caldeirão seguia para o quarto dela.
- É desta que eu a mato!
Luísa expôs os afiados caninos e ia já a preparar-se para correr atrás de Coraline, quando foi agarrada de um lado, por Ângela e pelo outro lado por Melinda que tentava tornar as suas mãos um pouco mais sólidas com os pensamentos a fim de travar Luísa.
- Não a podes matar. - Disse Melinda ao lado de Luísa.
- Digam-me sinceramente, porque é que eu a aturo?
Foi Ângela quem respondeu:
- Porque ela é a irmã do teu namorado.
- Bem visto. - Assentiu Luísa. - Aaron! Onde é que estás?
Luísa saiu disparada da cozinha, pronta para ir passar um sermão interminável a Aaron sobre o comportamento da irmã.
Melinda olhou para Ângela e sorriu.
- O que é que planeias fazer hoje, Ângela?
- Hoje, planeio dar um grande passo na minha vida. Um passo que esperava não ter de tomar tão cedo, mas que contudo vou ter de tomar. Um passo que me vai custar muito realizar. O mais derradeiro de todos.
- E o que é esse passo? Inquiriu Melinda curiosa.
- Estudar para a porcaria do teste de Matemática. - Disse Ângela com um ar sofrido.

***

5 comentários:

  1. Olá.

    Super! Kero mais. O temperamento da Coraline e da Luísa é um pouco... um pouco... inflexível (talvez esta não seja a palavra mais indicada mas foi a única me me lembrei para as descrever)? Um pouco temperamentais? Um pouco infantil o da Coraline?

    Bem... Não sei porque mas adorei a personagem da Melinda. Ela parece tão doce, tão inocente, tão... tão... não me lembro de outra palavra para a descrever.

    Espero por mais e espero conhecer o Aaron.

    Jokas e Boa Páscoa.

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  2. Olá.

    Obrigada pelo comentário. Espero pelo próximo cap.

    Agora, gostaria de saber a tua opinião sobre um texto ke postei no meu outro blog. http://asminhasfantasiasmagicas.blogspot.com/

    Espero saber a tua opinião.

    Jokas e, se leres, espero ke gostes.

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  3. fixe!

    eu adoro este tipo de historias.......

    maiiiiiiiiiiiis

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  4. vai ao meu blog: http://ichliebebill.blogs.sapo.pt

    lançei-te um desafio

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  5. Olá, eu estou passando aqui (3 anos depois de conhecer teu blog) só pra dizer que eu te admiro demais. Eu sempre achei as tuas histórias incríveis. (Nem creio que se passaram longos 3 anos desde então).
    Acho meio difícil você ver esse comentário, mas quero que saiba que eu sempre adorei seu blog. Eu entrava aqui todos os dias só pra ver se havia algo novo.
    Espero do fundo do meu coração que você me responda.
    Parabéns por esse blog maravilhoso.
    Daqui a 3 anos quem sabe eu volte! Haha. Beijos.

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